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Já não foi um choque. Já não foi um choque porque já começa a ser rotina em Portugal: dissolução da Assembleia e convocação de eleições antecipadas. Isto é mau, muito mau que assim seja. E é aquela sensação inevitável que caminhamos para uma latinização do regime democrático.Não haverá União Europeia que nos valha! Decepam-nos do mapa e seguem em frente.
Não lembro se com a demissão do Guterres o processo foi semelhante: dissolução-convocação. Ainda se falou (timidamente) em manter o governo em gestão, mas se por um lado esta sugestão era suspeita pelo apêgo ao poder de quem lá estava, não o era menos pelo lado contrário: de quem estava sedento para lá se meter.É um encanto vaginal que estes perdulários irresponsáveis têm pelo poder. E quem lá se meteu, mais precariamente exerceu a governação, mais autistamente, mais sorrateiramente, com laivos ultra-conservadores (se bem que estes conceitos hoje em dia na polÃtica estejam de lugares trocados) que faziam lembrar tempos idos. Ao menos a Igreja não se queixou. Quem está bem... Como já li algures num blog: enquanto tivermos politicos a governar em vez de estadistas , o paÃs está votado a este ciclo de insatisfazibilidade de metas. Os politicos são aqueles que preocupam-se com a carreira e como tal tomam decisões a quatro anos e sempre com o populismo em vista. Estadistas são os outros: tomam decisões que doem, a prazos que ultrapassam o seu próprio. O voto já está decidido há muito tempo. Mas a desconfiança mantém-se. Isto é mau. |
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a fisica do sono | |
Uma noite completamente em branco. Véspera de exame. Destilando raiva e chegando a lado nenhum. É patológico e destrói-me. É visceral. É uma tempestade das sinapses.
Apenas uma amostra do que foi (quase) um ano. Tortura do sono? Em mim surtiria nenhum efeito! Possuo, neste momento, o melhor treino do mundo! A FÃsica do sono? Para cada causa há um efeito. E para cada efeito, uma decisão. |
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Estive aqui! | |
Há muito tempo, não lembro. Andava eu em Lisboa, perdido com o mini-grupo dos primeiros amigos da universidade. Aqueles que nunca se esquecem. Nós é que somos esquecidos.
![]() Vi-O n'O-Céu: Um clássico lisboeta: o Monumental Salão de Jogos, na Ã�lvares Cabral. É um dos rarÃssimos estabelecimentos da época que permanece quase intocado. Suponho que deve ser contemporâneo da própria avenida onde fica, portanto terá uns 60 anos mais ou menos. |
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Death in Vegas - Dirge
(Sob Escuta, há uma semana) O video ainda ecoa na minha memória: um bar, um palco uma figura feminina (Dot Allison) vestido de brilhantes , justo. O resto da banda vestida em estilo restro. Aliás o bar todo é retro. |
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os dias nacionais | |
Do não-fumador.
Que eufemismo tão falso meu Deus! Essa espécie a que eu pertenço, e que tem sido tão sujeita a vicios alheios, no total desrespeito pelo direito á saúde. A geração seguinte está ainda mais comprometida que a minha! É vê-los aos 13 anos em diante a "experimentar"para só largarem quando já fôr tarde. Governo vai proibir o tabaco em bares, discotecas e locais de trabalho Foi a medida que o Governo quis, pontualmente, apresentar no dia nacional, mas.... e há sempre um mas: nós sabemos que a aplicação das leis , que em espirito são muito bem intencionadas, mas a sua prática no terreno muitas vezes é interpretada ao critério dos interesses de cada um, a chamada interpertação informal da lei, de que esta paÃs tanto enferma. Nesta regulamentação sabemos que haverão interesses , já sem falar dos todo-poderosos das tabaqueiras, interesses nomeadadmente dos comerciantes, dos restaurantes, e demais actividades que involvam espaços comuns. Ainda por cima que essas medidas vêm regular o que não existe em Portugal, de forma natural , assumida: o respeito pelo outros e pela sua individualidade, o respeito pelas normas e convenções comuns de vivência em sociedade, pelos códigos que, em teoria impedem que nos comamos vivos. Não me venham com essa que um fumador tem tanto direito como um não-fumador! Será que esta medida irá acicatar ainda mais as clivagens entre esses dois grupos , cada vez mais definidos da sociedade portuguesa? Esta semana ouvi a Prova Oral na Antena3 em que os participantes apresentavam reclamações sobre o paÃs. É claro e inevitável que começaram a falar da condução nas estradas e a falta de civismo. Por isso acho que quando se impõe o direito de uns sobre outros fico de pé atrás. Lembro-me , no Verão passado ter pago 5 Euro sobre o preço de um bilhete de comboio para ter direito a ir na carruagem "azul". A que não se fuma. Para ser minoria em Portugal, paga-se! Mas seja como fôr, é um passo na discriminação positiva, de uma minoria cada vez menor, e vamos ver se a coisa pega. O meu aplauso ao Governo. ( Nunca pensei dizer isto!) Bom ,tenho de ir , que isto de estar a blogar num laboratório da universidade, tem muito que se lhe diga. Muitos olhinhos, num espaço tão pequeno! Que tal o dia nacional da privacidade? Hã ? Hã? |
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condição masculina: Suspiro | |
Ai...
![]() Ai... Ai ![]() Ai... Ai ![]() Estas vidas existem? There she stood, watching the sea, feeling the gentle breeze of the Wind, of Time passing by. |
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Vou ter saudades desta janela...
![]() Ela marca uma época bem definida da minha vida e dos meus. Uma época em que as coisas estavam perfeitamente a tempo de terem uma emenda. Ao invés desesperava-se, ansiosamente , desconfiadamente pelo amanhã, como se as más acções de hoje tivesse um impacto irreversÃvel no futuro, e já não há nada a fazer para contrariar a fatalidade dos destinos traçados por essas acções. ![]() O que nos faltou? O que falhou? |
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Sabia que já tinha ouvido esta musica algures. É a música do anúncio da Sony Ericsson "Phone meets camera". Uma banda sonora de um anúncio é mais de metade do seu sucesso. Depende da música escolhida, é certo. Escusado será dizer que vibro com a imagem do anúncio aliada á música. Tenho álbuns dos Death in Vegas , e adoro a fusão de estilos que fazem com uma total descontracção. Próximas semanas vou pôr mais duas ou três sob escuta. Hands Around My Throat (sob escuta) Album: Scorpio Rising (2002) Back down And touch The door is shut In the end You're just too close There's no-one here There's no-one there I still can't tell Try this And you might find I'm in your face I see your face The air is cold I'm still on hold I still can't tell What's been said Your Hands around my Throat Ask me to let go Your Hands around my Throat Your Hands around my Throat Your Hands around my Throat x 4 |
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Sim, você! | |
Você aÃ! Sim, você! Você, que acaba de ligar o computador, e preguiçosamente, tediosamente,com a mão no teclado escreveu http://a-nu.blogspot.com/ em seguida "Enter", sem sequer sonhar , sequer ter a mÃnima noção da gigantesca infra-estrutura que está por detrás desse gesto, sem saber a imensidão de conhecimento cientÃfico que conduziu a tamanha comodidade alienada. Desde as telecomunicações á apresentação coerente, estruturada do conhecimento e da informação, a chamada papinha feita.
Sem saber nada de nada. E isso, irrita-me. Este foi o post nº 300. |
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O poder da oração | |
Foi um paÃs inteiro a orar, a carpir pela pobre alminha de sua excelência o ministro Bagão, que repentinamente deu entrada no hospital.
O paÃs rezou e o resultado está á vista: Ministro Bagão Félix vai receber alta hospitalar Não era o resultado esperado, bem sabemos. As orações eram no sentido que de lá não saÃsse tão cedo! Ou então, saindo cedo, encaixotado como o Arafat, esse Ãcone do pano na cabeça. O paÃs sempre tinha algo de positivo para celebrar. É mesmo assim. Os tempos são mesmo estes. É essa a postura dele em relação ás pessoas. Que diligências espirituais/espirÃtas teriam resultado então? A bruxa? Macumba? Voodoo? Búzios? Contra tamanho inimigo, toda a fé seria bem-vinda. Ã�s vezes resultam, olhe que sim, olhe que sim. |
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Over 299(posts) served | |
Este é o 299º post deste blog! Like McDonald's.
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O Periodo | |
- Tô, Mãe?
[...] - Tenho dormido mal, acordo sempre com os homens do lixo. [...] - Eles parece que trabalham num grupo de stomp. [...] - Eu sei, não devemos gozar com quem trabalha no lixo, nunca sabemos o dia de amanhã. [...] - Oh Mãe , o Pai já veio da Madeira? [...] - Muito gosta ele da Madeira... [...] - Sempre quis visitar a Coreia do Norte. [...] In PerÃodo, com Joao Quadros O sketch termina com uma alusão á campanha da Sagres. O anúncio é assim: rapaz prestes a abrir Sagres, toca campaÃnha, Daniela á porta , loura irrecusável, ao que o rapaz responde: "Oh Daniela, (olha para a garrafa), agora não dá!" O PerÃodo termina assim: - Estão a tocar á porta, tenho de desligar (telefone). - Oh, Daniela, agora não dá, 'tou com o perÃodo! |
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Penso de vez em quando no meu pai.
Desde as férias , desde a conversa que tive sobre as memórias que têm dele. É como se estivesse a reanimá-lo, e a imaginar como seriam as coisas hoje. Sim ,as coisas: a minha mãe, os meus irmãos, eu. Acabo sentido a sua falta, boa ou má nunca saberei. Nunca o conheci. Ou sinto a falta de uma presença que me habita o próprio corpo? Olho-me ao espelho, e dizem-me que ele está lá. Dos pés á cabeça. Há pais que vivos, mais valiam mortos pelo legado de ausências, negligências e todas as ências que possam haver que deixam nos filhos. Imagino que o meu, seria a referência , o rumo que tanto faltou a esta famÃlia. A referência masculina que hoje sinto falta. Para não falar do parceiro que a minha mãe necessitou vezes várias, nestes 20 e tal anos , a "criar" 3 filhos. Faz quase 20 anos. Nem sei por onde andei, e se não me perderei. Graçejo comigo: "Tu precisas é de homem!" Quem não precisa? Bom, mas este post talvez já sejam "nudezes" a mais. |
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Ao que tudo indica, o ditador, o marreta , vai ser reeleito. É o desânimo daqueles que queriam uma mudança, mesmo com a certeza fatal que mudariam os rostos da continuidade do imperialismo sobre o mundo.
As expectativas frustraram-se num povo que vive mergulhado nas trevas da aculturalidade entorpecida por uma imprensa que se diz livre (a mais livre!), cada vez mais indisfarçável nos seus apetites corporativos gigantescos. Um povo que caiu nas sucessivas armadilhas psicológicas da mais elementar gestão do medo das massas (ao bom estilo de Goebbels), e ficou refém das mentiras e das histórias do papão. O último video do Bin Laden é exemplo de mestria da distorção e manipulação de consciências, em favor do marreta, é pelo menos a teoria da minha "ex-conspiratória". E resultou? Sim senhor! Um povo que não se apercebeu minimamente das alterações gravÃssimas infligidas ás suas propaladas liberdades e direitos, de que é exemplo o "Patriot Act" , tudo em nome de uma guerra contra um inimigo tão dissimulado, mas tão dissimulado, mais parece uma caça ás bruxas. Bombardeam-nos com argumentos de preservar a liberdade a democracia. Eles já não sabem o que é! Há maior perigo que este? A nação mais poderosa do mundo!, dizem-lhes desde o berço. Um povo espicaçado pelas suas convições radicais e religiosas, fechando-se assim a mudanças, sob a capa de uma unidade vital para a nação, em tempos adversos. Tudo isto somado: aqueles que tão ferrenhamente lutam contra um inimigo, acabam adquirindo os seus piores defeitos. |
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monólogos | |
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E que basta cair uma chuvinha para isto ficar assim,e que são as velas, e que o carro afoga quando desesperadamente no meio do trânsito, tento ligá-lo!
E já é a segunda vez! O que vale é que estou á porta de casa. Da primeira vez, foram três estranhos, que tendo percebido a alhada empurraram-me para cima de um providencial triângulo de cruzamento.Estava a atrapalhar o trânsito... A segunda foi hoje de manhã e já em cima de uma aula.Que não fui. Veio um homem que esperava na paragem do autocarro. Vi-o aproximar pelo retrovisor, guarda-chuva na mão. Já tinha o coração a disparar de raiva contra o carro, e contra tudo. Bateu com o dedo no vidro e dispôs-se a ajudar-me a descer o carro e encostá-lo na paragem do autocarro. Lá atrás, a avalanche de trânsito á mistura com a chuva a bater nos vidros. "- Ele afogou.Isso deve ser as velas." "- Pois, não sei... já não é a primeira vez." "- Encoste o carro ali em baixo, na paragem, vou parar o trânsito e tente controlar com o travão de mão." "Sim senhor, muito obrigado." E lá encostei. Vivo numa cidade 'pequena', onde as pessoas já se conheceram mais (e hoje detestam cruzar-se), mas mesmo assim ainda algum abençoado estranho nos vem alcançar. Deus existe de tantas formas. |
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