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I love mankind; it's people I can't stand.
Charles M. Schulz

 

agosto 31, 2008

 

My name is Hurricane

O Gustav é viajado, gosta de explorar o mundo. Das caraíbas agora vai á America, e nem precisa de passaporte. Ficou zangado, quando foi despromovido de furacão para tempestade tropical e quer entrar na América em grande. Como o compreendo.

Se estiver com o meu estado de espirito e o humor nestas semanas, vai ser um furacão para fazer história!

Devíamos fazer terapia os dois, teríamos muito para partilhar.

Já começou a forçar a alteração de planos no circo da farsa americana.

 

agosto 29, 2008

 

Sê paciente; espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que a mereça.

 

Sobre lutar (carta a um amigo)

A vida leva-nos a percorrer caminhos estranhos. É uma gigantesca montanha-russa com uma particularidade: está sempre gente a entrar e a sair da carruagem. Alguns aguentam mais voltas, outros saem e voltam a entrar.
Eu, particularmente, não gosto de montanha-russa: tenho medo das alturas.
Uma das principais vantagens desta viagem são os companheiros de emoções. Às vezes, é com pena que vemos alguns partir e o seu lugar fica muitas vezes vazio por muito tempo. Há aqueles que vão até à bilheteira, compram o bilhete, querem entrar e depois não o fazem. Para alguns desses, a carruagem abranda por breves instantes para seguir logo o seu caminho. E depois, há os outros. Aqueles que vemos na paragem com o bilhete na mão a fazer sinal para pararmos. E nós, sem saber bem porquê, puxamos o travão, paramos a carruagem e estendemos a mão. Ali ficamos, imobilizados, de mão dada. Eu parei a minha carruagem. Já tinha prometido, a mim mesma, que só o faria por alguém que não me rasgasse os assentos ou me partisse a carruagem. Com um pé dentro e outro fora posso puxar-te para dentro.
Mas, vale a pena lutar por quem acha que a carruagem pode descarrilhar?
Eu acredito nas lutas a dois. Eu luto por ti e tu lutas por mim. Não um contra o outro.
Entras ou não?

 

agosto 04, 2008

 

A Inocência da proporção

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É o diabo...

 

 

Só quero que a torneira feche

 

Nem mais...

O Estado assistencial deu mais 256 milhões de euros à Região Autónoma da Madeira, nisso gastando 80% das verbas disponíveis no programa ‘Pagar a Tempo e Horas’, o qual visa contemplar as dívidas das duas Regiões Autónomas e de todos os 310 concelhos do país. A Madeira levou 80% de todo esse dinheiro e com isso o Governo de José Sócrates passou uma esponja sobre o ‘endividamento zero’ da Região, que havia sido instituído por Manuela Ferreira Leite e jamais cumprido pela Região. Já Guterres, no seu tempo, tinha posto a zeros a dívida acumulada pelo Governo de Jardim, contra a solene promessa de vida nova daí em diante. Mas, de cada vez que o Estado cobre as dívidas de Jardim, sucedem imediatamente duas coisas: ele desata a gastar dinheiro à tripa forra outra vez e renova os seus insultos ao governo que lhe perdoou a dívida. De cada vez que Lisboa paga, Jardim vê isso como um acto de fraqueza e a promessa de que Lisboa pagará sempre, por mais que ele gaste e por mais que ele insulte.

Desta vez, porém, parece que Jardim foi estranhamente brando, na ocasião daquela fantochada alcoólicodegradante que é o Chão de Lagoa, e, por isso, inventou mais um comício para Porto Santo onde promete então soltar a sua verborreia toda. Anunciou-o mesmo em comunicado oficial, onde mostra a sua irritação por o ‘continente’ não ter prestado a devida atenção às palavras de sua eminência no Chão de Lagoa. Mas já aquela inqualificável figura chamada Jaime Ramos, n.º 2 da coisa, não se coibiu de nos dizer que ‘quem quer ilhas no Atlântico, tem de pagá-las’.

A questão é justamente essa: é que ninguém nos perguntou se queremos ilhas no Atlântico, sobretudo uma ilha que o sr. Jardim em tempos classificou como “uma prostituta cara”. Uma ilha no Atlântico que seja, para todos os efeitos legais, território nacional, que possa beneficiar da solidariedade da nação que o seu isolamento justifica, isso eu não me importo de ter. Mas uma prostituta cara à deriva no Atlântico, sempre a morder a mão que lhe dá de comer, eu não quero. Quem é que quer pagar impostos para o sr. Jaime Ramos e essa gente?

MST

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Prostituição intelectual!

 

Na busca de palavras que descrevam o que se vive actualmente na Madeira, creio ter encontrado descrição concisa:

Nunca tantos se venderam por tão pouco.
«Venda a retalho das minudências da alma» ou «arrastar a sua dignidade pela árdua subida da escala social», como lhe chama Rosa Montero. E finaliza: «todos nos damos conta de quando nos vendemos».
Rosa Montero, no romance "A Louca da Casa", escreve que «ir contra a corrente geral é uma coisa bastante incómoda. É possível que a maior parte das misérias morais e intelectuais se cometam por isso, para não contradizer as ideias dos nossos patronos, vizinhos, amigos. Um pensamento independente é um lugar solitário e ventoso.»
Diz ainda que «estar de bem ou de mal com o poder nos pode facilitar ou dificultar a vida.» E acrescenta: «pode-se vender a alma ao poder por tantas coisas! E, o que é pior, por um preço tão baixo.»
Citamos outra passagem: «Não pensar. Entorpecer por dentro. É isso que procuravam os maoistas: asfixiar até essa pequena liberdade, o pulsar mínimo de um pensamento próprio sepultado no interior da cabeça.»
Quanto ao madeirense, enfim, nem pestaneja. Vende-se em troca de migalhas e insignificâncias. Pior, gosta de vender-se e até se gaba disso, como se estivesse a cumprir a ordem natural das coisas, como se de uma cadeia alimentar se tratasse.
Quem não se vende é tonto. Há que aproveitar as oportunidades para se vender, porque não abundam. São essas as oportunidades que se dá à malta que não tem acesso ao gamelão.
A hipocrisia faz parte do jogo. Daí o silêncio oportunista e o estar de bem com Deus e com o diabo serem a postura natural e a condição do madeirense. Conhecemos a expressão "barriguinha cheia, coração contente", como se só de pão vivesse o homem. Não ultrapassamos esse estádio do desenvolvimento humano.
A realidade é que, «para sobreviver numa ilha, além do mais bem pequena, é preciso dar muita volta à imaginação, ter alguns cuidados como regra e evitar as pedras da calçada que estão mais salientes. Talvez seja por isso que muitos andam tristes e cautelosos a olhar para o chão como nas procissões.» [Ferreira Neto, Tribuna da Madeira, 10.03.2006]
Tristes e a olhar para o chão, quebrados e entorpecidos por dentro, sem pensamento próprio, de coluna vertebral partida, condenados a carregar a canga, a andar curvados e a dançar o Baile Pesado vida fora. Uma triste forma de vida.

Pensa Madeira, (Pensa).

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