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I love mankind; it's people I can't stand.
Charles M. Schulz

 

setembro 25, 2005

 

A Cartilha
Negros, onde estão ?
Clara Ferreira Alves


A América (e o resto do mundo) entrou em estado de choque com os pobres desalojados do Katrina. Negros, a maioria. Os jornais, as rádios, as televisões, os colunistas, os «pundits» apontam o dedo a uma pobreza americana, de raça negra, sulista, vítima da desigualdade, dos cortes orçamentais aos programas de combate à pobreza, dos cortes na Saúde e na Educação, dos cortes do welfare. Vítima do racismo e do esquecimento, da feroz desigualdade dos estados do sul, de maioria negra, em que os brancos controlam o poder económico e social. Está tudo certo, é tudo verdadeiro.

Mas, toda a gente sabe que existe uma classe média negra na América, com poderosas organizações de direitos civis. E que existe, tanto em Hollywood e Los Angeles, como em Chicago, como em Nova Iorque, um clube de milionários negros, poderosíssimos, que controlam o mercado da música rap que domina o mundo, controlam o merchandising da música rap, e controlam o mercado de raça negra consumidor desse merchandising (e não só, todos os miúdos brancos, de todo o mundo ocidental e abastado, copiaram a street fashion e os tiques dos rappers americanos. Yo!).

Mas, alguém viu da parte desta gente, que se caracteriza pelo consumo conspícuo de moda de alta costura e logos, de diamantes, de roupas caríssimas, de iates e carros, de jactos privados, e de um estilo de vida ostentosos à boa maneira dos líderes africanos corruptos, alguém viu, dizia eu, um grande movimento de solidariedade e ajuda financeira aos seus irmãos negros do sul? Alguém viu P. Diddy, Lil Kim, Russell Simmons, Quincy Jones, Mary J. Blige, e os milhares de rappers milionários de Chicago e Nova Iorque e da Califórnia, fazer o que fizeram alguns actores e celebridades de Hollywood e ajudar, ou abraçar, um desgraçado que perdeu a família e os bens no Katrina? Alguém viu o reverendo Jesse Jackson, ou Eddie Murphy, ou inefável reverendo Al Sharpton, ou mesmo os boxeurs negros e bem de vida como Mike Tyson (e de Michael Jackson e da sua família nem é bom falar) levantarem a voz e a mão num gesto altruísta? Só Oprah Winfrey o fez, e tem feito, e continua a fazer. Ela é a negra mais bem sucedida da América e a que tem maior consciência social. O resto, não existe, ou existe egocentricamente. Corruptamente.

Quando se culpa apenas a Administração Bush de tudo, e os brancos de tudo, de todo o racismo, deixa-se de lado o racismo de negros contra negros, o fosso entre ricos e pobres da mesma cor. Existe, e são poucos os que o saltam. Na América, como em �frica, quem menos ajuda os negros são os negros.

 

setembro 20, 2005

 

O animal politico

"[Mas] Nada está decidido, pois Gerard Schroeder é um animal politico .."

A respeito das eleições alemãs renhidas que têm sido, proferia esta frase, um repórter da SIC.

Acautelem-se os alemães, portanto.

É que nós por cá, portugueses, actualmente mais por amor á camisola que por acreditar no que quer que seja, já sabemos o que é sermos governados por animais.

 

setembro 15, 2005

 

Quando me vejo ao espelho, de quem são
aqueles olhos que me olham?
De onde vieram estes lábios
com que te beijo todos os dias?
Estes cabelos que aqui tenho,
herdei-os de onde e quando?
De que filhos de outros filhos
me vieram estas memórias?
Pedaço após pedaço,
descubro que não sou ninguém
e que aquele que aqui está
apenas o está por empréstimo.

 

setembro 13, 2005

 

"A energia nuclear é uma dádiva de Deus"

Presidente (?) do Irão a propósito do (suposto) programa nuclear do seu país.




Nada como usar a palavra Deus como convém, e quando convém.
A palavra também é uma dádiva.
Agora vejam lá o que vão fazer com ela!

Tera-rists

 

setembro 05, 2005

 

Politics First II (TVI)
A comichão.

Em trinta anos passados do 25 de Abril em Portugal, resiste ainda a patológica tendência do meio político se imiscuir ou no minimo, dar uma opinião metediça nos movimentos e decisões do meio económico. Isto a respeito da compra da TVI por um grupo espanhol, a Prisa ( o nome sugere-me muito trocadilho mas não vou entrar por aí agora).

Não causa espanto pois o contrário já existe desde o inicio da República, mas não deixa de ser irritante que meia dúzia de cabeças da política que naquilo que deviam ser competentes não o são , tenham que ser tidos e achados em assuntos em que o Estado e o interesse público NÃO está em causa.

Portugal se tem os piores indíces de tudo também tem os piores de analfabetismo e incultura dos seus politicos, e é preciso que se diga: temos politicos que não prestam e são dos mais incompetentes do planeta, mais saloios, mais incultos tecnologicamente, eticamente e não só. E o Cidadão é mal servido em tudo. Temos um Estado que não presta que não tem serviços que preste. Mas no entanto temos bons cuscos que hão-de meter o nariz e mexer nos bastidores do domínio económico como quem gere uma coutada partidária.

E todo este comportamento intervencionista onde não é preciso que o sejam, talvez acabe por explicar o estado da Economia em Portugal. Para vender ao desbarato o património do Estado, sejam Hospitais, sejam telecomunicações, sejam águas e saneamento, seja o que fôr estão todos de acordo, muitas vezes numa concertação muito surda, assim á Máfia Siciliana.

Mas os senhores têm medo de quê? O que vos causa tamanha comichão? Explicam-me?
Eu nem sequer vejo a informação da TVI .
Não presta e vai continuar a não prestar. Ou será aquela pérola dos serões que é o "Fiel ou Infiel"?
Deve ser isso: Um português ser apanhado por uma Espanhola.

Dessas até hoje ainda não vi uma que prestasse também.
Por aí também não vai o gato ás filhoses.

 

setembro 03, 2005

 

De-finição
A palavra reentré tanto em voga no final do Verão político.

A palavra soa-me a penetração vaginal por objecto estranho ou ligeiramente familiar (nem que seja afinição anatómica!).

E há homens que gostam de ser objectos. Outros não.

Vá, tomem nota, que isto sai em exame.

 

 

Politics First I (Katrina)
Entre as escassas intervenções do chimpanzé que os governa, e entre todas as preocupações possíveis e imaginárias que um governante deva ter nestas alturas, ( entre elas: ajuda humanitária, buscas e salvamento, reconstrução de infraestruturas, e a sua prórpia sobrevivência política (!) , etc etc ) o dito ser fez uma intervenção para pôr a nação ao corrente do estado das reservas de petróleo do país e de um oleoduto na costa Leste. Se isto não é um primata...

Foi só Água e Vento...E 10 000 mortos.

E o que se passou, além de pôr em evidência a impreparação logistica flagrante de um tal país "desenvolvido", põe a-Nu a verdadeira mentalidade beliscista dos tempos do faroeste desta gente, que , em menos de dois dias armou-se até aos dentes em bandos pilhadores nas ruas da cidade. Um verdadeiro país ao nível da América Latina. Mas sabemos, e isso estava patente nas primeiras imagens recebidas, que os principais atingidos eram os pobres da América. Sim, eles existem e em maior número do que se imagina, num país que só vive de aparências. E então, aqueles que vimos nas ruas eram os pretos, os velhos, os doentes.. Era no fundo o reflexo do tal sonho Americano. A "terra das opportunidades" plena de oportunistas, que no despontar da catástofre, ainda não viam como podiam lucrar com a situação. Nem o próprio Governo mexeu uma palha. A primeira medida que tomou , importantísima no ver deles, foi invadir a cidade de Nova Orleãs com as tropas, por causa das pilhagens que estavam a alastrar, rasando a anarquia que só uma lei brutalmente liberalizante do porte de armas consegue proporcionar. Image hosted by Photobucket.com

Daí terem recusado ajuda desde o primeiro minuto por parte de paises do resto do mundo. Orgulho? Não, apenas sabiam o quanto impreparados estavam para lidar com esta catástofre e o quanto enganaram o seu próprio povo ao criarem dispositivos de segurança nacional (com objectivos de luta anti-terrorista é certo, mas supostamente para lidar com situações de catástofre... )que ao primeiro pé de vento e água se revelaram numa verdadeira farsa.

Nem numa daquelas "democarcias-livres" africanas se faria melhor.
Aplausos.