Um concerto histórico, para que a História não se repita. Mas ao fim de 34 anos, repete-se infelizmente, e continuamos a sentir as músicas do Zeca actuais. Uma coisa que os regimes políticos não se livram, qualquer que seja a sua génese, é da revisão da memória a cada ano, a cada biénio, triénio, década. O percurso e a memória, revistos, lembrados e recapitulados mais ou menos abertamente, consoante a revolução que lhes dá origem e os regimes que emergem das mesmas. E consoante as marcas que as sevícias que provocaram a mudança de regime, deixaram na memória colectiva, essa, sempre falível. 'Livram-se' de tal exercício, os regimes consoante o seu grau de totalitariedade. As tais 'democracias' que florescem por este planeta, mas que aos olhos dos mais atentos nem o título de democracia levariam. Mas a memória, humana é o principio do fim. Ainda esta semana uma jornalista num jornal diário aqui da terrinha falava da Revolução de Abril de 1977 (!). Espero que tenha sido uma gralha. Ardentemente. Mas olhando para trás e para o percurso... Algo vai mal com esta República Lusitana. São os 'Vampiros'. Os que continuam a comer tudo, agora parece que com mais impunidade, mais indiferença, mais disparidade de riquezas súbitas, e a coberto de uma Justiça instrumentalizada e afogada em leis de encomenda. É a maior e mais perigosa lacuna que a democracia portuguesa vive actualmente: um sistema judiciário que tantas vezesnão aplica a lei quando esta pode ser aplicada sem sombra de dúvidas ou interpretações subjectivas, aplica-a errantemente, a medo, ou pior: de forma arbitrária de acordo com a cabeça de juízes que são intocáveis tanto mais como são incompetentes e corruptos. Um sistema judicial que permite a eternização de processos por interposição ad eternum de recursos, figura essa abusivamente usada por quem tem os meios económicos para eternizar processos dentro do sistema. A Justiça compra-se, é a melhor conclusão que podemos tirar. E quem não tem dinheiro... Não quero saber o que se passa lá fora, dir-me-ão que lá fora não é muito difente. Não estou interessado. É esta a maior fragilidade do regime democrático em Portugal. Aquilo que o Povo criou nas ruas, lado a lado com as Forças Armadas, também pode destruir. O desgaste vê-se, sente-se ano a ano. Pode o Povo ainda hoje? Quer o Povo ainda hoje? Manda o Povo ainda hoje? Existe o Povo ainda hoje? Clássicos da Rádio - 25 de Abril Nota do dia: Hoje 25 de Abril, a Sra. que vem cá limpar apareceu para trabalhar. Sinais dos tempos, se calhar... Abril SEMPRE! Etiquetas: memória, musica, politica, radio
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